terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tranquility

Não, não houve pózinhos de perlin-pim-pim a mudar a minha relação com a comida e com o meu corpo. Não, continuo a ser eu e a ter os meus ataques. Acho só que aprendi a aceitar-me assim e a não me pressionar para mudar. Não estou pronta para mudar, não tenho estrutura suficiente na minha vida para fazê-lo. E, se calhar lá no fundo não quero fazê-lo, porque acredito que quando se quer realmente se consegue, mais cedo ou mais tarde. Mas não me parece que eu esteja nessa fase.
Eu criei uma imagem de mim perfeita, e durante algum tempo, consegui mantê-la (pelo menos para mim eu estava assim, perfeita). Tinha todo o controlo sobre o meu mundo: universidade, ok; namorado, ok; voluntariado, ok; amigos, ok; casa, ok (dentro dos possíveis); desporto, ok; corpo, ok; alimentação, ok... Eu consegui isso e ainda assim a única coisa que recebia era críticas, a maioria das vezes. Acho que fui interiorizando que nunca seria o suficientemente boa e desisiti. Se me criticam de qualquer das maneiras, porquê esforçar-me? Obviamente que algumas coisas fui forçada a deixar, como por exemplo o desporto. Mas quero mudar isso. E acho que devo estabelecer objectivos pequenos para mim, por agora. Não quero mais sentir-me frustrada pelo que como, pelo que peso e pelo que vejo ao espelho. Quero comer o que seja por prazer e olhar ao espelho e dizer "wow, estás fantástica!" ou até mesmo "posso ter uns quilinhos a mais, mas aquele jantar foi um máximo e diverti-me imenso!!" -sem arrependimento ou culpa.
Eu gosto de mim, gosto do que faço e gosto de lutar pelas coisas. Mas não tenho de me levar ao limite e ficar exausta de tentar. Talvez existam outras coisas que eu preciso de resolver antes, talvez só preciso mesmo de relaxar e cuidar de mim.
A minha vida está em mudança, eu sinto-o. Tenho saído e tenho-me divertido com os meus amigos e tenho-me sentido muito bem com eles. Tenho conhecido gente nova e tenho aprendido imenso. No fundo, estou a adorar esta fase e, apesar de às vezes sentir a falta de alguém, como o namorado, que estava sempre a meu lado, também preciso deste tempo sozinha. Tenho de aprender a estar bem sozinha, só comigo. E quem sabe mais tarde, logo se vê... É verdade, eu gosto desta liberdade. Gosto de tudo o que ela me dá, mesmo os momentos em que me sinto sozinha. Sinto que cresço nessas alturas, centro-me em mim, trato de mim e penso muito.
Tenho pensado em várias coisas e em que objectivos é que me deveria focar neste momento. Penso que encontrei um grupo deles que são importantes e que se os alcançar me ajudaram muito em muitos aspectos.

1º Resolver o problema da perna. Fazer o tratamento do ortopedista ou outro qualquer, mas fazer alguma coisa

2º Fazer 2h de exercício por semana (caminhadas, exercícios, dançar, ...) - pode parecer pouco, mas não quero colocar objectivos que sei que não cumpro.

3º Progressivamente, ir adaptando e equilibrando a minha alimentação, para que se torne mais saudável e mais baseada em legumes, fruta, etc.

4º .Assim que possível, se continuar a achar que posso beneficiar disso, arranjar um psicólogo.

Acho que é bom para começar, não são objectivos grandiosos, são apenas um início. Vamos ver como corre e como vou conseguindo alcançá-los ou não, ou se é preciso adaptá-los.
Eu quero ser feliz. Aliás, neste mesmo momento em que escrevo, estou feliz. Estou bem tranquila. Amanhã será um novo dia, e logo virá outro e outro e outro. Mas o que realmente interessa é...agora. Este preciso momento, em que paramos por um segundo, olhamos para nós mesmas e sentimos bem fundo do peito "Eu gosto muito de mim. Eu sou feliz. Eu acredito."

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